quinta-feira, 18 de agosto de 2011

O CULTIVO DA ORAÇÃO

A oração é um direito que Deus nos concede. Ele, através do seu filho, diz: “Pedi e recebereis; buscai e achareis, batei e a porta se vos abrirá”. É um tesouro colocado ao nosso dispor, ou seja, um presente que está a nossa espera.
Quando os discípulos viram o Mestre orar ao Pai, pediram-lhe que os ensinasse a rezar também. Jesus, prontamente, lhes disse: “Dizei: Pai-nosso...”. O Pai de Jesus é o paizinho, assim carinhosamente chamado pelo filho. Jesus o aproxima de nós, irmãos seus, para uma relação filial. Dessa forma, o Pai estará mais presente a partir de nós, pois de sua parte, sempre estará com seus filhos.
Orar é comunicação. Comunicar-se com Deus, elevando a ele o nosso pedido, a nossa gratidão, o nosso louvor. Essa comunicação pode ser pessoal ou comunitária. A pessoal requer o nosso silêncio, entrar em nosso quarto, requer o desligar-se e entrar em sintonia com ele. Nessa comunicação, Ele também deseja falar, tanto que nos deu duas orelhas – para ouvir mais – e uma boca – para falar menos. Na comunitária, nos unimos aos nossos familiares, aos irmãos e à comunidade. Realizamos assim a solidariedade em nossa oração, unido-nos às intenções das pessoas presentes ou ausentes.
Deus nos fala direta e indiretamente. Ele fez-se Palavra, fez-se Eucaristia. A Palavra é a sua carta de amor a todos os seus filhos. A Palavra de Deus ensina, admoesta, educa, corrige, chama atenção. É uma palavra sábia, inspirada para ser útil para todos os momentos de nossa caminhada. Nela encontramos as respostas para as perguntas que o mundo não nos pode responder. A Eucaristia é o próprio Filho dado como alimento e bebida. Na celebração Eucarística, memorial da sua entrega, temos ao nosso dispor a Oração por Excelência. Nada é mais oração do que a sincera participação na eucaristia.
O segredo do efeito da oração estão na humildade e na confiança do pedinte. Na postura humilde, damos a Deus espaço para agir em nossa vida. O contrário acontece com o auto-suficiente: ele se coloca como Deus. Para ele não podemos colocar condições nem atentá-lo, mas colocar-nos com total confiança em suas mãos. Muitas vezes, e isso acontece com freqüência, pedimos uma coisa e recebemos outra. Isto acontece porque não sabemos o que pedir, muitas vezes, ou porque somos egoístas em nossa súplica.
Em nossa oração, devemos ter presente que Deus só faz por nós aquilo que nos é impossível. Aquilo que podemos fazer por nós, Deus não faz por nós. Ele nos agraciou de dons e talentos, capacidades e inteligência, condições e riquezas, provendo-nos muito além do necessário para nossa realização. Da mesma forma, nos fazemos as nossas opções. O que Deus faz é abençoar quando a opção for boa; quando for para o mal, Deus abençoa o pecador para que saia da opção feita e opte pela vida e não pela morte.

Pe. Romeu Ullrich

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