segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

O SACRAMENTO DA VOLTA

A conversão cristã é um amadurecimento contínuo, um crescimento constante sobre si mesmo, uma ação difícil de realizar, uma abertura para o caminho de Deus na própria carne. É um desapego da comodidade, dos prazeres mundanos, das alegrias transitórias, das coisas habituais. É um sofrimento, pois exige mudança de vida, renúncia, sacrifício e aceitação da vida de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ele é a fonte do perdão.
O sacramento da reconciliação leva a pessoa a aceitar a “crucificação” sofrida por Jesus Cristo. Acolher a conversão, mérito divino, implica em morrer para o pecado. É a união do sofrimento humano à cruz de Nosso Senhor. Esta morte provoca sofrimento, pois exige conversão de vida. Muitas vezes, as pessoas não querem ou não desejam a mudança de vida. Parece até que é cômodo, confortável e delicioso ficar no pecado.
A reconciliação engloba a confissão e a penitência. Ela é maior do que a mera confissão dos pecados e a conseqüente penitência. O próprio termo vem de reconciliar. Ele caracteriza restabelecimento entre duas pessoas; significa por-se de bem com alguém, com aquele que é adversário. Reconciliar-se consigo mesmo, com as pessoas, com Deus. A reconciliação somente será possível quando o perdão for verdadeiro e sincero. Perdoar-se a si mesmo e ao próximo para depois pedir a misericórdia divina. Deus perdoa se entre as pessoas acontecer o perdão. Na oração ensinada por Jesus Cristo, está a condição: “perdoai-nos assim como nós perdoamos”.
Diante do sacramento da volta é preciso ter cuidado para não brincar com o perdão de Deus. O confessor não é um mágico absolvidor de pecados. Há procedimentos para o processo de conversão. Tais como: humildade (cada um reconheça que é uma pessoa pecadora, em primeiro lugar. Depois, arrependa-se dos seus pecados. A seguir, assuma um compromisso, um propósito de sair do pecado, em busca de uma vida santa. Por fim, confesse o seu pecado e não busque argumentos para a sua fragilidade nem confesse os pecados das outras pessoas).
Deus, em sua paciência e espera de Pai, almeja que todos os seus filhos encontrem o caminho do retorno à casa paterna. Ele sempre está disposto e pronto para o acolhimento. Sua misericórdia e perdão são infinitos. Sua alegria é a santificação de todos.
O tempo do advento é um convite para pensar, para refletir e para optar. Este processo é a resposta que Deus espera de cada um. Com este aval, ele toma conta do processo reconciliador de seus filhos. Opte, optemos, enquanto for tempo, pelo sacramento da volta.



Pe. Romeu Ullrich
Paróquia Rainha dos Apóstolos - Cascavel, Pr



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